IV Fórum Nacional do Comércio traz mensagem otimista para economia
CDL Erechim esteve representada pelo diretor Ademir Sebben
O IV Fórum Nacional do Comércio foi realizado nos dias 17/09 (terça-feira) e 18/09 (quarta-feira), no Royal Tulip, em Brasília, com a presença das maiores lideranças do varejo. Autoridades como o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, uniram-se aos mais de 900 convidados para fazer parte do maior evento já realizado pelo Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
O empresário Ademir Sebben participou do Fórum representando a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL-RS) da qual é o seu vice-presidente. E, também, representando a CDL Erechim, da qual é o diretor financeiro.
Programação do dia 18/09
O IV Fórum Nacional do Comércio iniciou na terça-feira, dia 17, com a fala do Ministro da Economia Paulo Guedes. Falando para um setor que movimenta mais de R$ 340 bilhões, Paulo Guedes saudou os integrantes do Sistema CNDL e reafirmou a confiança nas reformas que o governo está capitaneando. O ministro disse que as ações do governo, com apoio do Congresso, muito em breve trarão resultados. “Tínhamos um diagnóstico quando assumimos. Os gastos públicos deveriam ser enfrentados e as reformas deveriam ser implementadas, só assim o Brasil encontraria uma rota de crescimento sustentável”.
Segundo Guedes, o Brasil avançou muito em 2019. “Conseguimos aprovar a Reforma da Previdência, a MP da Liberdade Econômica, avançamos nas privatizações, fechamos acordos com o Mercosul e a União Europeia”, enumerou. “As mudanças estão acontecendo, e temos certeza que os resultados virão já no próximo ano”, disse.
O chefe da Economia aproveitou para apontar quais são as metas futuras do governo. “Estamos trocando o eixo. Queremos que motor da economia passe a ser o setor privado. Para isso, temos que reduzir os juros, os impostos, o endividamento, privatizar e atrair investimentos externos”.
O Ministro falou da sua obsessão pelo corte de gastos e disse que prefere “furar o piso, fazendo mais cortes, que quebrar a lei que impõe o teto de gastos”. Foi aplaudido ao dizer que o governo Bolsonaro não vai aumentar imposto. “Ao contrário! Vamos reduzir impostos, simplificar o sistema tributário e desonerar a folha de pagamentos”.
Guedes também falou do cenário político. Disse que é uma injustiça com o governo afirmarem que o espaço democrático está sendo reduzido. “É o contrário! Antes havia espaço apenas para um espectro político ligado à esquerda e à centro esquerda. Hoje o Brasil ampliou esse espectro com o surgimento da centro direita e de um pensamento conservador”.
O presidente da CNDL, José César da Costa, seguiu o pensamento do ministro. Afirmou que o momento do Brasil é de transformação e exige de todos os brasileiros coragem para enfrentar os desafios que se abrem ao país. “Quando o povo brasileiro se lançou às ruas pedindo mudanças, assumiu um programa inovador e disruptivo a ser implantado e cumprido por toda a Nação”, disse.
José César também falou com otimismo das reformas que estão sendo implementadas no país. “As medidas aprovadas recentemente pelo Congresso Nacional mostram que o caminho para a prosperidade já foi aberto, com o ataque aos privilégios impresso na Reforma da Previdência, e a desburocratização do setor produtivo, com a aprovação da MP da Liberdade Econômica”, disse.
O deputado Efraim Filho, presidente da Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, lembrou da atuação da CNDL e destacou a importância da Câmara dos Deputados contar com uma representação do setor varejista. “A Frente ocupou um espaço fundamental em que as demandas de estados e municípios passam a ser ouvidas”, disse.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, saudou os convidados e lembrou como que o comércio exerce um papel sedutor na economia, em que o ato de quem compra e quem vende ajuda a girar a roda da economia. “É por isso que o Sebrae atua com entusiasmo junto aos empresários do setor de varejo. O Brasil precisa de vocês”.
Programação do dia 18/09
O Fórum Nacional do Comércio seguiu a sua programação na quarta-feira, dia 18, através de debates com painéis de política, economia e gestão empresarial com a participação, entre outros, dos deputados Efraim Filho, Jorginho Melo e Kim Kataguiri, o secretário especial de Trabalho e Previdência, Rogério Marinho.
O painel “Cenário Político”, o deputado Efraim Filho (DEM-PB), que é presidente da Frente do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, chamou atenção para a importância das frentes parlamentares na definição da agenda do Congresso. “Antes, a indústria tinha o monopólio dessa agenda, mas com frentes, como a do Comércio, passamos a levar para a arena do parlamento as demandas desse setor tão importante para o Brasil”, disse.
Para Efraim, é fundamental que o setor se articule para que as reformas propostas pelo governo sejam aprovadas com celeridade e com isso o Brasil volte a crescer com sustentabilidade.
O senador Jorginho Mello (PL – SC) adiantou suas expectativas com relação às reformas. Para ele, a prioridade nesse momento deve ser a Reforma Tributária. “Temos que simplificar o sistema tributário e ajudar quem faz a roda da economia girar, que são os empresários”.
O Deputado Felipe Franceschini (PSL – PR), que é presidente da Comissão de Constituição de Justiça, falou que sua gestão trabalha para que os projetos importantes para o desenvolvimento do Brasil, aqueles com estratégias liberais de desenvolvimento, tenham prioridade na CCJ.
“Procuramos indicar relatores favoráveis a essa agenda econômica. Temos que ter coragem de votar nos projetos que trarão a modernização do país”, disse. “Não podemos mais deixar a população na expectativa de votações que demoram anos para serem aprovadas. Esse trabalho faremos até o término do nosso trabalho na comissão”, disse.
Na sequência, o secretário de Produtividade e Competitividade no Varejo, Carlos da Costa, fez uma palestra sobre produtividade e competitividade no varejo. Costa apresentou o cenário de estagnação econômica encontrado no Brasil. “Uma situação de dirigismo, de centralização em Brasília e de intervenção na economia”, disse. “Nosso Norte agora é o da sociedade aberta, com menos governo e mais espaço para iniciativa privada”.
Carlos lembrou a fala de Paulo Guedes na noite de abertura do Fórum. “Nós temos que diminuir o tamanho da besta”, disse se referindo ao tamanho do Estado”. “Para isso, temos que facilitar a vida de quem gera emprego, diminuindo o controle sobre o setor produtivo e desburocratizando sistemas como o e-social”.
O secretário falou do projeto Brasil 4.0 do governo, que pretende criar um ambiente para o desenvolvimento de empresas inovadoras e digitais. Segundo Carlos, a ideia é estabelecer um marco legal para as startups.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, subiu ao palco para dar sua visão das políticas trabalhistas. Para Marinho o Brasil tem uma oportunidade única de reverter um quadro que sacrificou por 30 anos os empresários brasileiros. “Pela primeira vez, temos coragem e vontade política para atacar um trambolho que passou a fazer parte da realidade”, disse, se referindo às inúmeras regulamentações que regem a relação entre o empreendedor e o trabalhador.
Marinho citou como exemplo as ações de governo para destravar as Normas Reguladoras do trabalho. “São 35 normas criadas ao longo de anos que abrem espaço para mais de 6 mil multas diferentes para o empresário”, disse. “Conseguimos pôr fim a sete, que sozinhas significam uma economia de mais de R$ 2 bilhões por ano”.
Marinho também disse que a instituição cartorial dos sindicatos deve acabar. “Estamos debruçados sobre em uma reforma ampla de modernização dos sindicatos. Queremos estabelecer regras que tragam uma relação realista e moderna entre quem produz e quem trabalha no Brasil”.
O diretor de registro empresarial da Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, André Ramos, falou em seguida. André apresentou o cenário desolador do Brasil no quesito burocracia. Como exemplo, o diretor apresentou dados que mostram que o Brasil ocupa o 140º lugar no ranking mundial de abertura de empresas.
Segundo André, o governo está trabalhando para reverter esse quadro. Lembrou que, a partir de outubro, a abertura de matrizes e filais de empresas não precisará mais de registros de cada um dos municípios em que ela se estabelecer. “Agora, haverá um único ato de registo no município da sede da empresa que valerá para todas as outras unidades”.
Em seguida, o professor Agostinho Sant’Ana coordenou um debate sobre economia com o consultor Luiz Carlos Hauly e o economista do Banco do Brasil, Ronaldo Távora.
Ronaldo falou do “admirável mundo novo” que se aproxima no universo da economia. Para ele, o ambiente do Brasil é favorável para maior dinamização do cenário econômico. Segundo Ronaldo, são poucos os países emergentes com as condições que o Brasil oferece.
Luiz Carlos Hauly, que já foi relator de uma proposta de reforma tributária, disse que o Brasil travou em 1981. Durante os 50 anos anteriores o Brasil cresceu mais que qualquer outro país. “Hoje estamos 23% mais pobres”. Para ele, o sistema tributário brasileiro é o grande responsável por essa retração. “É preciso fazer, com urgência, uma ação de simplificação e informatização na cobrança de impostos”.
O professor Agostinho concordou. “A reforma econômica mais importante atualmente é a Reforma Tributária, mais até do que a da Previdência. Essa última resolve problema de caixa, mas em termos de estrutura precisamos de uma reforma tributária mais justa.”
A cultura digital, o ecossistema das startups e o futuro do varejo foram os temas debatidos na tarde da quarta-feira (18) durante o IV Fórum Nacional do Comércio. O evento contou com as palestras de especialista do mercado, com o CEO da startup Pegaki, João Cristofolini, o executivo líder da área de Soluções de Indústria para os mercados de Varejo e Bens de Consumo da IBM Brasil, Ênio Garbin e o diretor de criação da Publicis Brasil, Damuel Normando.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (ABIESV), Marcos Andrade, abriu as discussões com a apresentação da palestra “Visual merchandising e a experiência do consumo”. Segundo Andrade, ao contrário do que se pensa, a loja física ainda é muito importante para o cliente. “Os clientes estão dispostos a usar tecnologia, mas seguem inspiradas pelos espaços criados pelos lojistas”, diz. “85% das vendas ainda tem origem nas vitrines”, diz Marcos.
João Cristofolini levou aos participantes dicas importantes sobre o empreendedorismo. Ele mesmo, um empreendedor de sucesso que começou a se interessar pelo assunto aos 13 anos. Sua primeira lição: “Não é preciso ser o mais inteligente e capacitado para empreender. O importante é se cercar de pessoas melhores que você”. E isso, diz João, inclui leitura de autores consagrados.
João diz que empreender é resolver problemas. “Geralmente, os negócios surgem a partir de um incômodo, quando temos a insatisfação. Podemos usar o incômodo para reclamar, então para ele virar um combustível para novos desafios”, ensina.
E se você já tem o seu negócio, não relaxe. Para Cristofollini, o empreendedor tem que matar e recriar seu empreendimento todo o tempo. “Se você não destruir seu próprio negócio, seu concorrente o fará por você”.
No painel Encontro de Gerações, um dos fundadores da loja Zaitt, Rodrigo Miranda, e a vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin, Janete Vaz, falaram sobre empreendedorismo jovem. Janete contou sua história e explicou os caminhos que a levaram a ser uma empresária de sucesso no ramo de laboratórios. E Rodrigo falou dos caminhos para a criação da Zaitt, uma das poucas empresas do varejo do Brasil considerada inovadora.
Janete disse que espírito do empreendedor não muda ao longo dos anos. “A inovação está no DNA do Sabin desde o seu início. Estamos vivendo um mundo novo, mas os princípios de liderança e inovação sempre estiveram presentes no nosso negócio”.
Rodrigo concordou e falou da importância de saber dividir o negócio com os sócios e líderes da empresa. “Isso é necessário. Passar o dia juntos, conhecer os sócios e parceiros ajudam na tomada de decisões. Isso é fundamental para um empreendimento inovador”.
Para falar sobre os desafios do varejo no atual cenário nacional o evento convidou o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick. Bruno elogiou o movimento de lojistas que agora cresce, mostra a sua cara e cobra a aplicação da sua agenda. Para o técnico, a evolução do movimento varejista foi fundamental, por exemplo, para avanços como a reforma trabalhista.
Bruno diz que, hoje, o Brasil começa a ter um tecido empresarial semelhante ao dos EUA. São 16 milhões de empresas pequenas e médias que agora devem se organizar para apresentar suas demandas. “Chegou a hora de criar condições para que essas empresas cresçam”, disse. Para isso, Bruno diz que ações como as realizadas em conjunto com entre CNDL e Sebrae têm sido fundamentais para avançar com agenda do setor.
Tecnologia
O executivo líder da área de Soluções de Indústria para os mercados de Varejo e Bens de Consumo da IBM, Ênio Garbin, levou ao Fórum a atuação da empresa para o setor varejista, um mercado que está conectado diretamente com o consumidor, um público que agora tem o poder em suas mãos e está em busca de experiências novas.
Segundo Garbin, tecnologias que pareciam do futuro já estão no cotidiano de bilhões de pessoas. “A inteligência artificial, por exemplo, já é uma realidade e já está entregando resultados”. O técnico da IBM apresentou exemplos de lojas com ambiente totalmente digitalizados, sem caixas, sem utilização de dinheiro ou cartões. “As lojas vão ter que mudar, porque os seres humanos estão mudando”.
Já o dataminer da Distrito, Daniel Quandt, abriu o Ecossistema de startups no Brasil, uma pesquisa que ele desenvolveu mapeando as empresas inovadoras do Brasil. “O mercado de startups de varejo no Brasil ainda são muito poucas e não temos grandes tentativas de ruptura nesse negócio”, diz.
No entanto, Daniel apresentou startups que atendem às necessidades de pequenas e médias empresas que, em sua opinião, é uma boa solução para quem não tem condições de desenvolver inovações. Gestão financeira, financiamentos, crédito, cobranças e pagamentos. “Para cada dor do varejista é possível encontrar startup”, disse.
Já Samuel Normando, diretor de criação da Publicis Brasil, falou do poder da criatividade nos negócios. Ele apresentou cases em que a história do produto serve como atrativo para o cliente. “Uma história bem contada, relevante, tem o poder de mobilizar. Uma história relevante pode reescrever a sua história”, disse, se referindo à construção de uma marca.
Foi o encerramento perfeito para as apresentações da tarde, que trataram de mudança, transformação, reinvenção. Acreditar no poder da criatividade foi a mensagem final de Samuel.
Sergio Moro foi o grande homenageado do IV Fórum Nacional do Comércio
O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi o grande homenageado no encerramento do IV Fórum Nacional do Comércio. Moro foi agraciado com o prêmio Mérito Lojista Nacional, considerado do “Oscar do Varejo”. A honraria homenageia empresas, personalidades políticas, empresariais, e meios de comunicação que mais contribuíram para o bom funcionamento do comércio brasileiro.
O ministro recebeu a estatueta das mãos do presidente da CNDL, José César da Costa e foi cumprimentado pelos 27 presidentes das Federações do Sistema CNDL.
Moro agradeceu a homenagem, se disse honrado e lembrou da importância do setor varejista. “Esse é um dos setores mais importantes da nossa economia, o que mais emprega. Esse prêmio é motivo de muito orgulho”, disse. Em sua fala, o ministro afirmou que um “um país mais seguro tem um ambiente mais propenso para o desenvolvimento da economia”.
No discurso, o chefe da pasta da Justiça fez a “prestação de contas” de sua gestão. Lembrou do seu enfrentamento ao crime organizado, com a transferência de líderes de facções criminosas para presídios Federais e do aumento de apreensões de cocaína. “Conseguimos evitar que 77 toneladas de cocaína entrassem no mercado brasileiro, o dobro do que foi apreendido no ano passado”.
O ministro disse que orientou à Polícia Federal a seguir o enfrentamento à corrupção, “um crime que tem um custo altíssimo para o Brasil”. Admitiu a situação precária dos presídios brasileiros, mas refutou a ideia de que a população carcerária é um problema. “A taxa de criminalidade elevada mostra que não prendemos suficientemente”.
O ministro falou da redução da criminalidade desde que assumiu o ministério e que que reforçou as equipes policiais vinculadas à lava-jato. Também afirmou que deve fazer concurso para mais de mil agentes de segurança pública.
Ao final, o público aplaudiu efusivamente Sergio Moro. Um convidado que deu ao IV Fórum Nacional do Comércio um encerramento à altura do que foram os dois dias de evento, certamente o mais importante desde a sua criação.
Texto e fotos: Assessoria de comunicação da CNDL